A Educação Ambiental e a Gestão dos Recursos Humanos na Gestão Ambiental
Embora seja lugar comum dizer que a abordagem ambiental deva ser holística e que devemos pensar globalmente e agir localmente, o que percebemos muitas vezes é uma práxis que reforça o ambientalmente incorreto dito popular que diz que em casa de ferreiro o espeto é de pau.
O tema meio ambiente entrou
definitivamente na pauta de discussão da nossa sociedade. É verdade que
os meios de comunicação, a produção literária - científica e pedagógica,
as iniciativas públicas e privadas, as ONG's e as pessoas de uma forma
em geral, pressionados pela anunciada catástrofe ambiental a que estamos
submetendo o planeta através de práticas danosas cometidas por todos
nós, indivíduos e coletividade, ou seja, você e eu, também colaboram
para que o assunto tenha tamanha repercussão. Seja através de discussões
técnicas e científicas ou de posturas ideológicas e apaixonadas pela
causa, o fato é que a temática ambiental vai, pouco a pouco, sendo
inserida e incorporada pela nossa sociedade como um divisor de água na
busca de uma melhor qualidade de vida.
Pesquisas realizadas com diferentes
públicos - professores universitários e de ensino fundamental, alunos
universitários e empregados de grandes empresas brasileiras revelam que a
maioria dos entrevistados considera meio ambiente importante. A maioria
também se interessa pelo tema e considera que a qualidade ambiental é
fundamental para a sobrevivência – nossa e do planeta, concluindo ser
possível conciliar meio ambiente com desenvolvimento.
Embora seja lugar comum dizer que a
abordagem ambiental deva ser holística e que devemos pensar globalmente e
agir localmente, o que percebemos muitas vezes é uma práxis que reforça
o ambientalmente incorreto dito popular que diz que em casa de ferreiro
o espeto é de pau. Apesar dos avanços, a gestão ambiental continua,
ainda hoje, centrada, na maioria das vezes, na aquisição de equipamentos
de controle ambiental, não levando em consideração aspectos importantes
relacionados à cultura das pessoas.
De fato a degradação ambiental põe em
risco a saúde do planeta e de seus habitantes. As medidas mitigadoras
colocadas em práticas não resolvem de todo a questão, apenas – como o
próprio nome anuncia, atenuam um quadro ascendente de problemas
socioambientais.
As práticas de controle ambiental são
recentes e ainda não foram totalmente incorporadas pelas empresas, seja
pelo seu alto custo ou pela falta de conscientização. Existe toda uma
cultura que precisa ser estimulada para uma nova concepção na relação do
homem com o meio ambiente. Percebe-se que pouco adiantarão tecnologias
de controle ambiental de última geração se as pessoas não refletirem
sobre o seu comportamento no que se refere ao consumo e ao uso
insustentável dos recursos naturais.
Este cenário coloca à mesa uma
discussão que passa pela revisão de conceitos e será necessário que cada
indivíduo compreenda a importância de estar comprometido com a
qualidade ambiental da sua cidade, do seu bairro, da sua casa e do seu
posto de trabalho. Parafraseando o imperador romano, não basta apenas
estarmos comprometidos, temos que demonstrar este comprometimento
colocando em prática os princípios básicos de sustentabilidade.
No entanto, existe uma cultura
arraigada em pressupostos que acredita de fato que em casa de ferreiro o
espeto é de pau, quando na verdade deveria ser estimulada a refletir e
perceber que em casa de ferreiro na maioria das vezes o que temos é
sucata de sobra e que cada um de nós é na verdade um ferreiro a produzir
diariamente uma quantidade enorme de sucatas.
As pessoas de um modo em geral não
percebem que a degradação ambiental é resultado do modelo que escolhemos
para sobreviver, não reconhecendo nas suas relações com o meio os
impactos produzidos por este modelo. De fato é pouco usual a conjugação
do verbo poluir na 1a pessoa. Quando o sujeito não é indefinido (alguém
polui), se encontra na 3a pessoa do plural: eles poluem.
Ações de controle ambiental são
fundamentais na busca de uma melhor qualidade de vida, pensar
globalmente e agir localmente também. No entanto, atuamos muitas vezes
desconsiderando fatores fundamentais relacionados à cultura das pessoas e
das instituições que as abrigam.
Nem sempre estabelecemos afinidades com
o público alvo de nossas ações ambientais. Informamos ao invés de nos
comunicar. De uma hora para outra meio ambiente passa a ser uma coisa
importante e todos devem zelar por ele. No entanto, pode ocorrer das
pessoas sequer saberem o que é meio ambiente e neste caso, incorremos no
velho modus operandi de controle ambiental no final da linha, quando na
verdade deveríamos estar atuando na causa e não somente na
conseqüência. A formação de uma consciência crítica em relação a este
processo é fundamental para a busca de soluções que não sejam somente
mitigadoras, passando a ter um caráter mais preventivo e educativo.
No entanto, para que uma gestão
ambiental seja bem sucedida é necessário que ocorram mudanças nas
atitudes, nos padrões de comportamento e na própria cultura das
instituições.
Para alcançar o compromisso das pessoas
com a melhoria da qualidade ambiental é preciso, em primeiro lugar, que
elas se percebam como parte integrante deste processo, tendo acesso a
conhecimentos básicos sobre meio ambiente que as auxiliem na
identificação das principais fontes geradoras de impactos ambientais.
Ao motivar e capacitar as pessoas para a
adoção de ações preventivas a Educação Ambiental tem-se revelado um
importante instrumento da Gestão Ambiental, permitindo que as pessoas
conheçam, compreendam e participem das atividades de gestão ambiental,
assumindo postura pró-ativa em relação à problemática ambiental.
Dentro da perspectiva de otimizar seus
investimentos e de se manter dentro dos padrões ambientais exigidos pela
sociedade e pelo mercado, algumas empresas estão implantando programas
de Educação Ambiental como instrumentos do seu Sistema de Gestão
Ambiental.
Para que as empresas obtenham o
compromisso dos empregados com a gestão ambiental é necessário que ela
disponibilize, além de recursos e equipamentos de controle ambiental,
conhecimentos básicos sobre meio ambiente e gestão ambiental,
auxiliando-os na identificação e controle das principais fontes
geradoras de impactos ambientais da sua atividade.
Neste sentido, para que a educação
ambiental se transforme em um instrumento eficiente da gestão ambiental é
necessário que as atividades propostas estejam sintonizadas com a
cultura da empresa e potencializem os aspectos positivos desta cultura.
Concebidos desta forma, esses programas
permitem às empresas alcançar bons resultados, pois incentivam os
empregados a agir de forma preventiva, identificando, controlando e
minimizando os impactos ambientais da sua atividade.
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/a_educacao_ambiental_e_a_gestao_dos_recursos_humanos_na_gestao_ambiental.html
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